Tecnologia e loja física são aliadas na conquista de clientes

10957975_10205117496570797_1114258486_nSe até alguns anos atrás a tecnologia e o avanço da Internet surgiam como uma ameaça às lojas físicas, atualmente, a realidade se mostra muito diferente do que apontava essa previsão negativa. Pelo menos, essa foi a percepção dos integrantes da comitiva da CDL Porto Alegre que estiveram na 104ª edição da Retail Big Show – NRF, em Nova Iorque (EUA). As tendências que deverão ser incorporadas ao setor foram apresentadas nesta quinta-feira, 29 de janeiro, no Zoom Pós-NRF, evento promovido pela CDL POA.

No entanto, um novo conceito está surgindo para unir o físico ao digital: o figital reúne o melhor dos dois mundos, proporcionando as experiências que os clientes buscam ao procurar um produto. Segundo Alejandro Padron, líder para varejo da Consultoria da IBM Brasil, a indústria tecnológica passa por uma fase de grande transformação e cabe ao setor identificar as formas como ela pode melhorar o seu desempenho. “As novas tecnologias abrem espaços para novas oportunidades. O cliente quer interagir quando e como ele quiser, não importando o canal, mas a experiência que a marca proporciona. Hoje, mais do que nunca, ele namora o produto online, mas procura a loja física para fechar o negócio. Por esse motivo, a loja tem que estar presente nessas plataformas, pois a briga entre esses dois canais acabou”, ressalta.

Já Edmour Saiani, sócio-fundador da Ponto de Referência, destaca que a loja física, além de se beneficiar do que a tecnologia oferece, deve apostar em um atendimento qualificado. “O ideal é contratar bem para não precisar treinar. Um vendedor ruim é a pior coisa que pode haver em uma empresa. Se o cliente não for tratado da maneira como espera, ele não volta mais. As lojas têm de manter o IGP – Interesse Genuíno em Pessoas”, avalia.

Com o foco em tecnologia, a palestra de Grasiela Tesser, gerente de Marketing e Comercial da NL Suporte à Gestão, ratificou o que foi dito por Padron e Saiani. “Muito já foi feito e ainda há muito por vir, mas nada substitui as pessoas. Cabe à tecnologia apresentar coisas novas, como o beacon, que manda informações a quem deseja recebê-las. A ferramenta é capaz de proporcionar experiências incríveis dentro das lojas. E sempre vale lembrar que o gasto na loja física é seis vezes maior que no e-commerce e que 95% das vendas são feitas por varejistas que ocupam esses espaços. Então, quanto mais agradáveis forem as experiências que os clientes tiverem na loja, mais satisfeitos eles ficarão”, diz a empresária.

Para José Resende, da Shopping Brasil, as empresas precisam se reinventar constantemente para conseguirem se manter no mercado. “Com essa fusão de canais, cada vez mais é preciso olhar o cliente como pessoa e não como consumidor. É necessário entregar uma experiência física diferente da digital, da que ele encontra no site. Hoje, o novo e o velho varejo estão convivendo juntos”.

A última parte do Zoom Pós-NRF foi dedicada a um talk show com Gustavo Schifino, presidente da CDL Porto Alegre, Tiago Mello (Carlos Miele/M.Officer), Alberto Cimenti (Quero-Quero) e Resende. Em suas considerações finais, Schifino se disse encantado com a valorização da loja física na NRF, mas ressaltou que o marketplace merece atenção. “No shopping, o cliente não compara apenas o produto que deseja com o oferecido por outro lojista. Fatores como atendimento, preço e ambiente podem ser levados em conta na hora escolha. Já no marketplace existem centenas de ofertas do mesmo produto. E o cliente acaba optando por uma escolha econômica, de prazo, preço e frete. Temos que ficar atentos a isso”, destaca.

 

Selo Loja Sustentável

 

Durante o Zoom Pós-NRF, foram entregues os selos de Loja Sustentável a 30 estabelecimentos gaúchos que desenvolveram ações sustentáveis em seus espaços. Outras três lojas receberam troféus por outras iniciativas apresentadas. A Petter EPI’s, de Estrela, ganhadora do selo Diamante, implantou, entre outras atividades, a adoção de cachorros e auxílio a uma instituição protetora dos animais; monitoramento e revisão periódica da frota de automóveis e caminhões da loja; coleta seletiva; utilização e distribuição gratuita de sacolas ecológicas, com tecido produzido a partir da reciclagem de garrafas pet; campanha de recolhimento de medicamentos; e descarte adequado de lâmpadas.

Já a N Plantas, de Camaquã, que ganhou o selo Ouro, é 100% decorada e mobiliada com móveis restaurados e resíduos que foram transformados em um novo produto. Na floricultura, é aplicada a regra dos 3Rs (reduzir, reciclar e reutilizar) na sua essência. Composteira, minhocário, cisterna para coleta da água da chuva e lixeiras seletivas são algumas das tecnologias que a loja utiliza visando à sustentabilidade.

Merecedora do selo Prata, a Confeitaria Armelin, localizada na Zona Sul de Porto Alegre, possui iniciativas sustentáveis em todas as etapas de produção, como: destinação correta do óleo de cozinha usado; captação de água da chuva, utilizada para a higienização da área externa do estabelecimento; parcerias com instituição de ensino para realização do programa de educação ambiental destinado aos filhos dos funcionários; e doação de materiais e alimentos para instituições sociais.

Foto: Michael Paz

Data

29 janeiro 2015

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