Emprego formal cai 3,5% no RS com a perda de 88,6 mil vagas
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OUTUBRO, 2020
Notícias
Castigado pela combinação entre estiagem e pandemia, o Rio Grande do Sul perdeu 88,6 mil empregos formais entre janeiro e agosto de 2020. Com o resultado, o estoque total de vagas com carteira assinada caiu 3,5% no período, indica estudo divulgado ontem pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE). O órgão está vinculado à Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão.
Conforme a pesquisa, as perdas atingiram oito das nove regiões funcionais (RFs) que preenchem o território gaúcho. A maior baixa no estoque de empregos, de 10,5%, ocorreu no Litoral Norte (RF4).
As 88,6 mil vagas decorrem da diferença entre demissões e contratações no período. Ou seja, o saldo negativo confirma mais cortes do que admissões. A pesquisa compilou dados do Novo Caged, o cadastro de empregos formais do Ministério da Economia.
A quantidade de vagas fechadas durante o ano supera, por exemplo, a população de um município como Lajeado, no Vale do Taquari (85 mil habitantes). No início de janeiro, o Rio Grande do Sul tinha 2,512 milhões de vagas formais em estoque. Com a perda dos 88,6 mil postos, o número baixou para 2,424 milhões em agosto.
No mesmo intervalo, o Brasil teve redução de 849,4 mil empregos. Isso significa que o país fechou 2,2% do estoque de vínculos – recuo menos intenso do que o gaúcho.
Segundo analistas, a perspectiva é de melhora gradual. Incertezas relacionadas à pandemia ainda preocupam.
Após períodos de crise, a geração de vagas depende do desempenho positivo da economia como um todo, lembra o economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank. Logo, a recuperação mais consistente do mercado de trabalho tende a levar mais tempo.
Em termos percentuais, o Rio Grande do Sul amargou a quinta maior perda entre os Estados. As piores reduções ocorreram em Alagoas (6,8%), Rio de Janeiro (5,8%), Sergipe (5,2%) e Pernambuco (4%). Entre os setores da economia gaúcha, a maior perda relativa foi a do comércio (5,5%), seguido pelo ramo de serviços (3,7%). Ambos os segmentos sofreram com a paralisação de empresas durante a crise do coronavírus. A indústria de transformação (2,3%) e a construção (1,5%) apresentaram reduções mais brandas. Até agosto, a agropecuária foi a única atividade a registrar variação positiva, de 0,1%. Entretanto, o emprego formal é menos significativo do que a ocupação não formalizada no campo, pondera o DEE.
O pesquisador Guilherme Xavier Sobrinho, um dos responsáveis pelo estudo, ressalta que o maior impacto da crise no trabalho ocorreu em abril. O Rio Grande do Sul fechou, apenas naquele mês, quase 79,3 mil empregos.
O Estado voltou a ter desempenho positivo em julho e agosto, mas insuficiente para recompor todas as perdas. Na soma dos dois meses, os gaúchos abriram 9,1 mil vagas.
– A retração no mercado de trabalho combinou dois fatores de grave impacto: a pandemia e a estiagem – relata o analista.
Informais
De janeiro a agosto, as mulheres representaram 54,8% dos vínculos extintos no Rio Grande do Sul. Em termos de escolaridade, os mais afetados apresentavam Ensino Médio completo (43,5%). No quesito idade, os empregados formais de 50 a 64 anos responderam por 36,2% dos cortes no período.
– O fundo do poço parece ter sido abril. Estamos observando recuperação, mas em nível inferior. A reação é muito heterogênea entre setores da economia – diz o economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank.
O boletim ainda traz características de trabalhadores com registro e da parcela de informais no Rio Grande do Sul. Nesse recorte, a base de dados usada é a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No segundo trimestre de 2020, o número de profissionais por conta própria com registro formal teve aumento de 21,8% em relação a igual período de 2019. Ou seja, houve acréscimo de 97 mil pessoas nessa faixa, que pulou de 444 mil para 541 mil. No sentido contrário, a parcela de informais por conta própria diminuiu 16,1%. Passou de 990 mil para 830 mil – menos 160 mil ocupados.
Queda em oito de nove regiões
Das nove regiões funcionais (RFs) que preenchem o território gaúcho, oito amargaram saldo negativo de vagas com carteira assinada entre janeiro e agosto. Em termos relativos, a maior queda no emprego ocorreu no Litoral Norte (RF4), onde houve saldo negativo de cerca de 6,2 mil vagas. O dado representa baixa de 10,5%.
Responsável pelo levantamento, o pesquisador do DEE Guilherme Xavier Sobrinho pondera que há impacto de questões sazonais no resultado. No Litoral Norte, lembra o analista, as contratações costumam ganhar fôlego na reta final do ano e cortes tendem a ocorrer na sequência, em março.
A única área com desempenho positivo foi a dos vales do Rio Pardo e do Taquari (RF2). O estoque subiu 0,8% de janeiro a agosto, com o acréscimo de 1,5 mil vagas. A alta, entretanto, tem impacto sazonal, diz Sobrinho:
– Na região, a produção de fumo costuma gerar muitas contratações no começo de ano.
Fonte: Jornal Zero Hora
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