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18
AGOSTO, 2020
Notícias
Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira
ATIVIDADE: as expectativas para o PIB do Brasil em 2020 avançaram pela sétima semana consecutiva. Agora, os analistas acreditam em queda de -5,52% – incremento de 0,1 ponto percentual em comparação com o dia 07/08. Para 2021, o crescimento esperado prosseguiu em +3,50%. Os dados oficiais apontam que a recuperação é mais acelerada na indústria e no varejo. Já o processo de devolução das perdas nos serviços, impactados em maior escala pelo distanciamento social, tem ocorrido em ritmo mais lento.
Surpresas com a China, a manutenção de juros baixos por um período longo e a possibilidade de construção de consensos no tocante à aprovação de reformas são alguns dos vetores positivos para o Brasil hoje. Todavia, os riscos perseveram, incluindo a flexibilização do teto dos gastos e o choque decorrente do término das medidas de amenização da crise para empresas e famílias.
TAXA DE CÂMBIO: seguiu em R$ 5,20 no fim de 2020, e R$ 5,00 no encerramento de 2021. No curto prazo, entendemos que a cotação tende a permanecer elevada, enquanto (1) o quadro sanitário do Brasil e do mundo não apresentar melhora consistente; e (2) houver ameaças sobre o rompimento da norma que restringe o aumento das despesas públicas. Eventuais valorizações mais fortes do Real acabam contidas pela sinalização do COPOM, de que a Taxa SELIC continuará em patamares historicamente deprimidos por bastante tempo.
FISCAL: no momento é o principal ponto de atenção, pois, segundo notícias, existem discussões no Planalto e no Congresso para que desembolsos subam. Além de dispêndios não necessariamente relacionados à pandemia, como obras e ações no Norte e Nordeste, debate-se a prorrogação de auxílios para o ano que vem.
INFLAÇÃO: as últimas leituras mostraram pressão em determinados itens por conta da apreciação do Dólar ante o Real, sobretudo em alimentos e eletroeletrônicos. Ademais, os combustíveis encareceram, em função da alta dos preços do barril de petróleo no mercado internacional. As medições deverão se manter bem-comportadas não só em 2020, como também em 2021, respondendo à ampla capacidade ociosa trabalho e de maquinário.
Taxa SELIC: a redução aguardada para o fim de 2021, de 3,00% ao ano (a.a.) para 2,75% a.a., foi o grande destaque do Relatório FOCUS. De acordo com o COPOM, a política vigente está atrelada à validade das regras fiscais. Ainda cremos que o Comitê fará um novo corte residual, de 0,25 ponto percentual, no encontro de setembro.
Análise dos indicadores mais recentes sobre as vendas do varejo
PESQUISA MENSAL DO COMÉRCIO – IBGE – JUN/20
Em junho, o faturamento real da amostra de firmas brasileiras com pelo menos 20 trabalhadores no conceito restrito subiu +8,0% frente a maio, após o ajustamento sazonal. A variação superou o consenso dos analistas do Valor Data, que esperavam por uma alta de +4,3%. Consequentemente, o patamar da série retornou para o verificado no pré-pandemia. Já no caso do conceito ampliado, que abarca também materiais de construção e veículos, motos, partes e peças, o incremento foi de +12,6% nesse ínterim.
Entendemos que a base de comparação deprimida, as políticas de manutenção da renda e do emprego da União, o desenvolvimento do e-commerce, a flexibilização das medidas de distanciamento social em diversas praças e alguma demanda reprimida ajudam a explicar o fenômeno.
Por sua vez, o Rio Grande do Sul andou na contramão do Brasil, amargando a última colocação entre os 26 estados e o Distrito Federal: -9,0% (conceito restrito) e -6,5% (ampliado). Cremos que a causa principal foi a imposição da bandeira vermelha em importantes polos, como Novo Hamburgo, Canoas e Porto Alegre, o que acabou por limitar o empreendedorismo.
A tabela abaixo traz os números do confronto com junho do ano passado e no primeiro semestre por setores em nível nacional e estadual. É possível notar diferenças significativas, uma vez que as categorias relativas aos bens essenciais são mais resilientes. Já nos ramos onde se admite a postergação do consumo, os prejuízos são maiores.
NOTAS FISCAIS ELETRÔNICAS EMITIDAS NO RIO GRANDE DO SUL ATÉ 07/08/20
Objetivo: monitorar a atividade econômica gaúcha via NFe’s.
Observação: variações dizem respeito às cifras de 2020 ante período equivalente de 2019. Ademais, optou-se pelo deflacionamento através do IPCA, com o intuito de retirar o efeito da inflação.
Total: o avanço entre 25 de julho e 07 de agosto foi o mais intenso das últimas 10 quinzenas: +7,2%. Contudo, desde o início das quarentenas para conter a disseminação e a letalidade do coronavírus, no dia 16 de março, a retração é -5,8%. O valor médio diário transacionado passou de R$ 1,89 bilhão, em 2019, para R$ 1,78 bilhão em 2020. A COVID-19, portanto, gerou, até o momento, R$ 15,84 bilhões em perdas.
Abertura por segmentos: o varejo exibiu o primeiro crescimento entre 25 de julho e 07 de agosto (+1,0%). Ainda assim, o resultado veio bem aquém da indústria (+7%) e do atacado (+14%).
Já no acumulado entre 16/03 e 07/08, o varejo teve queda de -11%, enquanto a indústria -8% e o atacado +3,0%, foram, proporcionalmente, menos atingidos.