Lojas vazias e estoques cheios. Nem as baixas temperaturas aqueceram as vendas do varejo. “Esperamos que reaja, mas este ano tem sido atípico”, informou o presidente do Sindilojas de Canoas, Denério Neumann. No calçadão, uma das lojas já pensa na liquidação para movimentar a comercialização de peças. “Não estamos em um bom momento e ternos só mais um mês para vender peças de invemo”, pondera a gerente Janete Silva.
Com o fechamento mais cedo das lojas nos dias de partidas do Brasil na Copa do Mundo, ela acredita que o problema ficou mais agravado. Naumann concorda e atribui prejuízos à redução de horários dos estabelecimentos. “Causa prejuízo e não adianta o lojista abrir as portas, porque não tem movimento.” Apenas restaurantes e hotéis foram beneficiados pela Copa do Mundo, segundo a presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Canoas, Ellen Bitencourt.
Máquinas de secar aquecem o varejo
Não apenas o frio, mas a umidade impulsiona a saída de secadoras e centrífugas de roupas. Apesar da redução da jornada no dias de partidas da seleção brasileira, um estabelecimento que comercializa eletrodomésticos aponta ganhos. Como na maioria das lojas, na entrada os aparelhos televisores dividem espaço com as máquinas. Das mais simples às mais sofisticadas, todas têm saída, de acordo com o consultor de negócios Vander Coimbra. “Considerando as duas últimas semanas aumentamos em 20% as nossas vendas”, comemora.
Pior desempenho dos últimos cinco anos
Não foi apenas em Canoas que o comércio teve as expectativas trazidas pelo inverno e a Copa do Mundo frustradas. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre estimou ganhos de R$ 19 milhões no primeiro fim de semana do Mundial, mas alcançou apenas R$ 8 milhões. “Soma-se a esse cenário o impacto negativo da Copa no consumo do Dia dos Namorados e o fato de o mês de junho ter um sábado amenos, deveremos ter o pior desempenho do varejo no período dos últimos cinco anos”, projetou o presidente da entidade, Gustavo Schifino.